reserva de emergência

Reserva de emergência: que é, como fazer, quanto guardar?

Um dos maiores medos de qualquer adulto diante de uma situação inesperada e inesperada é não ter recursos financeiros para lidar com o problema. Seja uma manutenção na casa, um caso de doença na família ou a perda de um emprego, o fato é estamos todos suscetíveis a precisar de uma reserva de emergência de uma hora para outra.

Nesse sentido, ter um bom planejamento financeiro com base no orçamento familiar é a melhor maneira de evitar dores de cabeça, até mesmo diante dos piores cenários. Mas, para isso, há uma série de fatores que devem ser levados em consideração, como o valor a ser guardado por mês, onde investir, quando usar, entre outros aspectos.

Por isso, preparamos este post para que você tenha uma visão mais ampla sobre o que é uma reserva de emergência, como calcular o valor ideal, como fazer a sua, e muito mais informações relevantes sobre o assunto. Continue a leitura do artigo para conferir!

O que é reserva de emergência?

Como consta no próprio termo, uma reserva de emergência consiste no ato de guardar uma determinada quantidade de dinheiro com o objetivo de garantir a segurança da família diante de uma situação inesperada que possa vir a ocorrer no futuro, como o caso de doença de algum parente, uma perda de emprego e uma manutenção no carro ou na casa.

Afinal, as contas básicas, como alimentação, aluguel, água e luz, por exemplo, continuarão chegando todos os meses ainda que você tenha perdido o emprego ou porque o veículo quebrou. Sendo assim, a finalidade da reserva de emergência é justamente garantir que a família possa atravessar esses momentos complicados sem atrasar as contas, entrar no endividamento ou formar uma bola de neve de juros por recorrer a um empréstimo.

Uma forma simples de entender o seu conceito é pensar no seguinte cenário: se você perdesse sua principal fonte de renda hoje, por quanto tempo poderia manter o padrão e a qualidade de vida, com o dinheiro que tem guardado? Seis meses? Se sim, você já tem uma reserva de emergência. Se não, é a hora de começar a planejar a sua.

Quanto guardar para uma reserva de emergência?

Primeiramente, antes de definir quanto guardar por mês, é mais indicado pensar em “por quanto tempo” a reserva de emergência deve durar, isto é, qual deve ser o seu valor final. A meta pode variar de pessoa para pessoa, mas, em linhas gerais, recomenda-se algo que possa custear o padrão de vida de sua família por um período entre 4 a 12 meses.

Se você está se perguntando o motivo desse intervalo, a resposta é simples: uma família na qual os membros têm empregos estáveis e maior previsibilidade de remuneração, uma reserva de quatro meses pode garantir a segurança.

Afinal, empregos com carteira assinada oferecem benefícios como seguro-desemprego, fundo de garantia e multas rescisórias, que podem ajudar bastante durante o período de transição até que você consiga outro trabalho.

Já no caso de um profissional autônomo ou pequeno empreendedor, pode ser necessário uma reserva maior, ou seja, que garanta o custeio de suas despesas por 12 meses, visto que uma queda nas vendas ou mudança no cenário econômico pode comprometer o orçamento por tempo indeterminado.

Como fazer uma reserva de emergência?

Agora que você já sabe o que é uma reserva de emergência e qual é o valor mais adequado às suas necessidades, mostraremos algumas boas práticas de inteligência financeira para te ajudar a guardar dinheiro e garantir a segurança financeira de sua família diante de situações inesperadas.

Determine o valor que deseja ter como reserva de emergência

O montante a ser guardado para suprir necessidades em momentos inesperados dependerá de alguns fatores importantes. Entre os critérios que você pode usar para calcular essa quantia, podemos citar:

  • profissão do principal provedor da família: é preciso levar em conta o nível de estabilidade da pessoa que mais supre financeiramente as necessidades da família, isto é, se ao perder o emprego, o tempo que levaria para que ela conseguisse se restabelecer na profissão;
  • tempo que está na profissão: esse é um fator muito impactante, pois se a pessoa está há cinco anos na área, por exemplo, os riscos são menores. Mas, se o tempo for inferior a este período, é recomendado que a reserva de emergência seja maior;
  • filhos e dependentes: cada dependente do provedor financeiro abrangerá mais gastos mensais, com alimentação, educação, vestuário, saúde etc.

Pague-se primeiro

Antes de começar a guardar dinheiro é importante seguir o seu planejamento financeiro mensal, isto é, priorizar o que foi estabelecido em suas contas. Como diz a máxima, “siga o plano”. Essa premissa se refere ao conceito de “pague-se primeiro”, uma forma de pensar estrategicamente em suas finanças.

Em suma, ao receber o salário a primeira coisa a ser feita é transferir a quantia que planejou para a reserva de emergência, que poderá ser em fundo de investimento ou aplicação financeira (falaremos mais sobre isso adiante). Então, você poderá viver tranquilamente com o que “sobrou”.

O que a maioria das pessoas faz, na realidade, é justamente o contrário: primeiro, recebe seu pagamento, gasta e, somente quando percebe que não sobrou nada, lembra de que deveria ter guardado pelo menos um pouco.

Defina um valor para guardar por mês

Não há um padrão ou “fórmula secreta” que determine uma quantia ideal para guardar todos mês. Isso dependerá, entre outros fatores, de quanto você dispõe após custear todas as despesas fixas do mês. Ou seja, quanto de sua renda “sobra” após pagar todas as contas.

O recomendado é que você guarde o máximo que puder destinar a essa finalidade, pois, assim, chegará ao montante necessário em menos tempo.

Mude os hábitos de consumo

Cortar despesas, diminuir o consumo com coisas supérfluas e tentar fazer com que seu dinheiro renda mais são apenas algumas das atitudes que integram uma mudança radical no comportamento de consumo.

A pandemia trouxe uma reflexão geral sobre economia, levando muitas pessoas a repensarem a forma como estavam lidando com seu dinheiro. Porém, esses aprendizados devem ser levados adiante mesmo agora, que a situação está se normalizando.

Portanto, uma excelente forma de construir sua reserva financeira em menos tempo é começar mudando os hábitos de consumo. Se você puder guardar tudo o que for poupado, se surpreenderá com o quão rápido sua meta será atingida. Felizmente, hoje em dia, existem aplicativos que ajudam a controlar as finanças e podem ser muito úteis nessa tarefa.

Como calcular a reserva de emergência?

O cálculo para determinar o valor ideal de sua reserva de emergência é bem simples. Primeiramente, você deve levantar o orçamento familiar mensal, isto é, cruzar despesas e receitas.

Dessa forma, você terá uma precisão a respeito do seu custo de vida mensal e, com base nesse valor, saberá qual a quantia que deve ser acumulada para, pelo menos, os próximos quatro meses. Ou seja, é uma conta básica de multiplicação.

Por exemplo, digamos que suas despesas familiares mensais sejam de R$ 2 mil. Para ter uma reserva de emergência de quatro meses, você deverá ter guardado pelo menos R$ 8 mil. A fórmula para calcular sua reserva:

  • 2 mil (Despesas mensais) x 4 = 8 mil (Valor da reserva de emergência)

Também como já foi abordado neste conteúdo, para determinar a quantia ideal de sua reserva de emergência, é preciso levar em consideração o seu âmbito profissional, pois ele influenciará de forma direta no tempo que você pode necessitar dessa quantia.

Onde investir a reserva de emergência?

Quando se fala em guardar dinheiro é natural que nos venha à mente a ideia de colocar o dinheiro na poupança, não é verdade? No entanto, recomendamos que você repense essa decisão. De acordo com especialistas em finanças, deixar a reserva de emergência na poupança só fará com que seu dinheiro perca valor com o tempo.

Isso se deve ao fato de que a poupança só renderá 70% da Taxa Selic (se for o contexto da taxa básica estar abaixo de 8,5%, como no momento atual). É importante frisar que a Taxa Selic é um dos índices mais importantes de regulamentação da moeda no Brasil. Em outras palavras, ao deixar seu dinheiro parado na conta poupança, não importa a volatilidade dos títulos do Governo, você só terá 70% do CDI.

Outro ponto muito importante a ser levado em conta, é o fato de que o dinheiro da reserva de emergência deve ser alocado em um fundo de fácil acesso. Afinal, a premissa dessa estratégia é justamente poder resgatá-la diante de situações extraordinárias e que exijam soluções imediatas.

Dessa forma, é altamente recomendado que você invista o dinheiro da reserva emergencial no que conhecemos como “Fundos de Taxa Zero”. Resumidamente, são títulos indexados ao CDI e que acompanham a rentabilidade do indicador. Em geral, os Fundos de Taxa Zero são classificados como “Simples” e têm a garantia de investimento em pelo menos 95% do patrimônio em títulos públicos, como o Tesouro Selic e as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs).

Porém, é importante destacar que, embora seja muito vantajoso investir diretamente nesses títulos, você precisa dar uma atenção especial aos valores, pois, acima de R$ 10 mil, já começa a ocorrer incidência de cobranças relativas aos juros nos patamares em que se encontram, como as taxas de custódia.

Por outro lado, os Fundos, não cobram esta taxa de custódia, por não serem usados em sistemas da B3, a Bolsa de Valores do Brasil. Para que você tenha uma ideia, os Fundos somente compram as LFTs e, além disso, já há diversos produtos financeiros que sequer cobram taxas administrativas, o que é uma ótima ideia, se considerarmos a Selic baixa.

Ainda que esses produtos tenham volatilidade, permanecem sendo a melhor opção para investir a reserva de emergência, pois os títulos públicos são os mais seguros e conservadores do mercado financeiro, pois o único risco assumido é o soberano (risco do país).

Veja algumas ideias interessantes para guardar a sua reserva de emergência:

  • Fundo DI: são fundos de renda fixa atrelados à taxa DI. Ao guardar sua reserva nessa opção, você terá a garantia de que pelo menos 95% do patrimônio será aplicado em títulos públicos atrelados à Selic. Apenas atente-se às regras de resgate e valor mínimo;
  • Tesouro Selic: abrange a uma grande variedade de títulos públicos de renda fixa, atrelados à taxa básica de juros e emitidos pelo Tesouro Nacional;
  • CDBs com liquidez diária: esses títulos privados são conhecidos como Certificados de Depósito Bancário, sendo pós-fixados e emitidos por instituições bancárias e financeiras, com determinação de prazos e taxas já no ato da compra.

Por fim, vale mencionar que os CDBs seguem a taxa CDI, que tem um valor semelhante ao da Taxa Selic. Uma das vantagens desses títulos é que eles são cobertos pelo Fundo Garantido de Créditos (FGC) no valor de até R$ 250 mil (por CPF). Ou seja, há uma grande margem de reembolso no caso da instituição falir.

Quando usar a reserva de emergência?

Como você pôde entender até aqui, a reserva de emergência é um valor que deve ser separado para lidar, exclusivamente, com situações inesperadas. Ou seja, momentos urgentes e delicados nos quais essa parte do seu patrimônio ajudará a cobrir despesas repentinas como:

  • desemprego;
  • questões de saúde e educação;
  • dívidas inesperadas;
  • redução da renda familiar;
  • e outras necessidades essenciais.

Em outras palavras, como consta no próprio termo, a reserva de emergência só deve ser usada quando acontecer uma situação emergencial. Isso significa que ela não deve ser misturada com os gastos cotidianos e, tampouco, com coisas supérfluas como parcelas do cartão de crédito para consumo de serviços e bens que não sejam essenciais.

Para concluirmos, em hipótese alguma a reserva de emergência deve ser usada para custear viagens, passeios, férias ou aquisição de bens (móveis ou imóveis). Para essas questões, você deve realizar um planejamento financeiro separado, como a participação em grupo de consórcio, por exemplo.

Este conteúdo sobre como fazer uma reserva de emergência foi útil para o seu planejamento financeiro? Então, o que acha de compartilhar essas informações com seus amigos e familiares nas redes sociais para que eles também tenham acesso ao conhecimento?

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